Nascido em bases imigrantes e operárias, o Palestra Itália rapidamente expandiu-se para além do seu círculo de influência. É justo falar que a população italiana e seus descendentes representavam quase metade da população da cidade de São Paulo, mas não se pode deixar de destacar a capacidade de aglutinação que seus quadros promoviam.

Em poucos anos éramos Palmeiras, vítimas de um processo xenofóbico e excludente. Momentos como esse forjaram a identidade do clube que se tornaria cada vez mais nacional. O Palmeiras era o clube dos italianos, mas também de todos os que assim desejassem. Não havia barreiras geográficas e nem sociais. Expandiu sua influência e tornou-se o clube mais vencedor do país.

Ao apontar para o futuro, resgatamos essa nossa essência. Um clube de massa, popular e nacional. Um estandarte verde poderoso como nenhum outro. O Palmeiras tem seu próprio estilo, que marca seus torcedores, criando uma conexão instantânea entre eles.

É isso que somos – e isso nos orgulha.

O maior desafio para os próximos anos não é apenas esportivo. Precisamos garantir que o Palmeiras continue sendo um clube protagonista, de vanguarda, mas que pertence à sua torcida. O processo político e democrático do clube e, consequentemente, sua independência, vem sofrendo reiterados ataques, acobertados justamente pelo sucesso esportivo. Em um setor tão cíclico quanto o futebol, conhecemos bem os riscos que isso pode acarretar.

Por isso, é necessário mantermos um olhar vigilante e atento para proteger nosso maior patrimônio, a Sociedade Esportiva Palmeiras.